PROSTAGLANDINAS E ANÁLOGOS DE PROSTAGLANDINAS
Em 2018, uma avaliação de saúde sobre tratamentos de crescimento de pestanas conduzida pelo Instituto Federal Alemão de Avaliação de Risco (German Federal Institute for Risk Assessment – BfR) alertou a Comissão Europeia para o fato de que o uso de prostaglandinas e dos seus análogos como ingredientes de produtos cosméticos podem incluir risco para a saúde dos consumidores.
As prostaglandinas e os seus análogos são usados em medicamentos para reduzir a hipertensão ocular (glaucoma), sendo foi observado um aumento do crescimento das pestanas como efeito colateral. No entanto, foram registados vários casos de efeitos indesejáveis graves para a saúde em muitos países da União Europeia (UE) devido ao uso de produtos cosméticos contendo prostaglandinas ou os seus análogos.
Devido às preocupações levantadas, a Comissão solicitou ao Comité Científico para a Segurança do Consumidor (Scientific Committee on Consumer Safety – SCCS) que realizasse uma avaliação da segurança das prostaglandinas e dos seus análogos.
De acordo com o CosIng, a base de dados da Comissão relativa a informações sobre substâncias e ingredientes cosméticos, existem 14 ingredientes cosméticos descritos como “um análogo sintético da prostaglandina”, mas podem ser encontrados outros ingredientes relevantes para esta família química utilizando a palavra-chave “prost“. As prostaglandinas e os análogos de prostaglandinas não são atualmente sujeitos a restrições em produtos cosméticos, uma vez que não estão listados no Anexo do Regulamento (CE) n.º 1223/2009 da UE sobre produtos cosméticos.
Estes ingredientes são usados em produtos cosméticos e de cuidados pessoais como condicionadores de pestanas e/ou sobrancelhas. Por exemplo, o isopropil cloprostenato e etil tafluprostamida são utilizados para melhorar a aparência das pestanas e sobrancelhas naturais, nutrindo, hidratando e protegendo as pestanas e sobrancelhas contra a quebra. Uma vez que os dados disponíveis sobre outros análogos da prostaglandina eram muito limitados, o parecer do SCCS baseou-se nestes dois ingredientes (isopropil cloprostenato e etil tafluprostamida).
No seu parecer preliminar, o SCCS não foi capaz de concluir sobre a segurança do isopropil cloprostenato e etil tafluprostamida, quando utilizados até as concentrações de uso pretendidas indicadas nos respectivos dossiês (0,006% e 0,007% para isopropil cloprostenato e 0,018% para etil tafluprostamida). O SCCS notou sérias preocupações sobre a segurança destes dois ingredientes quando usados em produtos cosméticos, em particular aqueles que se destinam ao uso próximo aos olhos. A conclusão geral do SCCS foi que o uso de análogos de prostaglandinas em produtos cosméticos constitui uma séria preocupação para a segurança do consumidor, com base em aspectos físico-químicos (dados muito limitados e insuficientes), aspectos toxicológicos (in silico, in vitro, genotoxicidade, dados humanos), aspectos de exposição e outros aspectos (fortes efeitos fisiológicos).
Considerando coletivamente os aspectos físico-químicos, toxicológicos e de exposição observados acima, o SCCS é da opinião que há uma base para sérias preocupações de que o uso de análogos da prostaglandina, conforme notificado pelo CPNP para uso em produtos cosméticos, possa representar um risco à saúde do consumidor. Considerando a potente atividade farmacológica e a escassez/falta de dados de segurança, o SCCS não pode aconselhar sobre as concentrações de análogos da prostaglandina que podem ser usados com segurança em produtos cosméticos.
Se desejar obter mais informações sobre estes ingredientes e a sua utilização em produtos cosméticos, não hesite em contatar-nos em info@criticalcatalyst.com.
Referências:
- Regulation (EC) No 1223/2009 of the European Parliament and of the Council of 30 November 2009 on cosmetic products.
- Scientific Committee on Consumer Safety (SCCS). Opinion on Prostaglandins and prostaglandin-analogues used in cosmetic products. (SCCS/1635/21). Preliminary version. 2021.