A Agência Francesa de Saúde e Segurança Alimentar, Ambiental e Ocupacional (ANSES) recomendou a proibição do uso de Octocrileno, um filtro UV comumente usado em protetores solares para proteger a pele da luz solar, devido ao seu impacto negativo no meio ambiente, especialmente nos corais. Foi demonstrado que o Octocrileno se acumula na forma de conjugados de ácidos gordos e desencadeia disfunção mitocondrial nos corais. Um estudo de 2021 também apontou para a sua degradação em benzofenona ao longo do tempo em produtos comerciais testados.
A ANSES defende que a proibição da substância é a única forma de reduzir a sua presença no ambiente e mitigar os seus efeitos nocivos nos ecossistemas, solicitando ao governo francês a proibição do seu uso em protetores solares.
E AGORA?
A ANSES tem agora de esperar que o governo francês leve as suas recomendações ao nível europeu, para uma decisão final.
A Federação Francesa de Empresas de Cosmética (FEBEA) reagiu rapidamente, sublinhando que a segurança do Octocrileno foi devidamente avaliada pelo Comité Científico de Segurança do Consumidor em 2021 e considerado seguro em concentrações até 9% (sprays propelentes) e 10% (outros produtos).
A indústria cosmética está a trabalhar no âmbito da Colaboração Internacional para a Segurança dos Cosméticos (ICCS) para desenvolver um modelo de cálculo padronizado para a exposição do ambiente marinho aos filtros solares. Uma vez desenvolvido, o método será disponibilizado à indústria cosmética, organizações de investigação públicas ou privadas e agências reguladoras. O modelo deverá ser finalizado até ao final de 2023.
Referências:
Scientific Comittee on Consumer Safety (SCCS) – Final Opinion on Octocrylene, 202